Brasil: acampados do MST em Vacaria, RS, inciam plantio da terra
Os 500 sem terra que estão acampados em uma área pública na cidade de Vacaria, RS, iniciaram, à partir das 8h30min de ontem, 30-09-2011, a lavrar a área. Eles irão fazer hortas para o autosustento das famílias
Os sem terra ocupam a área de 400 hectares de terra, que fica próxima a BR 285, à 1km da entrada da cidade, desde a segunda-feira passada.
A informação é do MST-RS, 30-09-2011.
Já na área ocupada por 300 sem terra nas margens da RS-040, em Viamão, RS, ocorreu uma assembleia de assentados, ontem, sexta-feira, ao meio-dia. Os agricultores irão doar alimentos em solidariedade às famílias acampadas e em apoio à desapropriação da área para a reforma agrária. Perto desta área há um assentamento do MST com 250 famílias, onde são produzidos arroz e verduras agroecológicas (sem agrotóxico e adubos químicos), com cooperativas e grupos de produção. Os assentamentos do MST na região metropolitana de Porto Alegre constituem a maior produção de arroz agroecológico do RS.
Em Sananduva, na região norte do RS, os mais de 200 sem terra que ocuparam uma área de 300 hectares permanecem no local.
FAMÍLIAS IRÃO RESISTIR A DESPEJOS
As famílias acampadas em Viamão e Sananduva não deixarão as áreas. A Justiça já determinou a reintegração de posse imediata das duas fazendas. Os despejos podem acontecer a qualquer momento.
Os acampados reafirmam que não sairão das áreas até que o governo do estado e o INCRA anunciem o assentamento das famílias. Ainda em abril, o governo do estado, depois de um acordo com o governo federal, se comprometeu a assentar as famílias que se encontram acampadas embaixo da lona preta em todo o estado. Desde a assinatura do “Termo de Compromisso” com os camponeses, nenhuma família foi assentada.
Os governos federal e estadual encaram a reforma agrária como questão de polícia. A decisão das famílias sem terra em resistir aos despejos é uma forma de pressionar pelos assentamentos, já que os acordos e metas têm sido constantemente descumpridas pelo poder público. A responsabilidade sobre o que venha a ocorrer nas ações de despejo é dos governos estadual e federal.