Brasil: Produção transgênica será apreendida pela PF por Marielise Ferreira
Prensa
Zero Hora, Edição Nº 13692, Brasil, 14-2-03
Produção transgênica será apreendida pela PF
Por Marielise Ferreira
A Polícia Federal de Passo Fundo deve receber na próxima semana o resultado dos exames feitos na soja coletada nos dois últimos dias em indústrias e cooperativas do norte do Estado. Se for confirmada a presença de sementes transgênicas, a produção será apreendida. A fiscalização terminou ontem na região. Foram recolhidas amostras de soja em nove indústrias e cooperativas em Passo Fundo, Erechim, Carazinho e Getúlio Vargas, que serão analisadas em Porto Alegre, no laboratório de perícias da PF e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). - Vamos apreender toda a soja transgênica entregue - alertou o delegado da PF Mário Vieira. A operação da PF alarmou os produtores. O presidente da Associação de Produtores de Sementes e Mudas (Apassul), Nereo Starlick, disse ontem que, caso se confirme a presença de transgênicos nos silos, não haverá opção de entrega do produto na próxima safra. - Vai ser um caos na economia do Estado - diz Starlick. Os produtores da Apassul consideram a liberação dos transgênicos a única forma de solucionar o impasse. Dizem que hoje, se um produtor entregar soja transgênica, o restante do grão é contaminado, já que é armazenado no mesmo local. Afirmam que, com a liberação, os produtores que escolhessem usar o produto teriam armazenagem em local distinto. - O momento é grave, e o Estado terá de se posicionar - observou o agricultor Narciso Barison Neto, proprietário da NBN Sementes, em Vacaria, que nos últimos dias esteve reunido com o secretário da Agricultura, Odacir Klein. Há cinco anos, as sementes fiscalizadas ocupavam de 65% a 70% do plantio de soja no Estado. Em 2002, essa estimativa da Apassul caiu para entre 30% e 40%. Para o diretor da Apassul, Eduardo Loureiro da Silva, a maior conseqüência da disseminação descontrolada dos transgênicos é a desestruturação da pesquisa. Mesmo que os transgênicos fossem legalizados agora, seriam necessários de três a quatro anos para que variedades regularizadas pelo Ministério da Agricultura chegassem aos produtores. Os transgênicos serão tema de um café da manhã na segunda-feira, na Federação da Agricultura (Farsul), em Porto Alegre. Foram convidados o secretário da Agricultura e deputados e senadores gaúchos. O presidente da entidade, Carlos Sperotto, também pediu audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar do assunto.
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