Brasil: Pioneer reforça aposta em transgênicos
A Pioneer, divisão de sementes do grupo americano DuPont que lidera o segmento de cultivares para milho no Brasil, com 33% de participação de mercado, está reforçando as suas apostas nos transgênicos e na área de soja, onde detém 8% de market share
Neste ano, a empresa investiu aproximadamente US$ 20 milhões em novas unidades para dobrar sua capacidade de produção e se preparar para o lançamento de variedades geneticamente modificadas nos dois segmentos. "Não tenho a menor dúvida que os transgênicos vão trazer um enorme valor agregado para os produtores e para a nossa agricultura de modo geral", diz Roberto de Rissi, diretor-executivo da Pioneer Brasil.
Hoje os investimentos da empresa estão concentrados no desenvolvimento de marcadores moleculares que permitam identificar características da genética de cada variedade e, a partir daí, desenvolver sementes transgênicas adaptadas às condições de clima e solo de cada região.
A Pioneer iniciou sua atuação no Brasil em 1970, por meio de uma parceria com a Proagro - Comércio e Indústria Pró-Pecuária Ltda., do Grupo Gomes Filho, de Bagé (RS), com a produção de milho. Conforme Rissi, as vendas da empresa neste segmento crescem, em média, 20% ao ano.
No segmento de soja, onde atua desde 1999, a companhia pretende repetir esse crescimento. E, para isso, aposta na biotecnologia.
Na temporada 2005/06, a Pioneer vendeu sua primeira safra de sementes transgênicas de soja. No ano passado, instalou uma unidade em Planaltina (DF), com capacidade para beneficiar 2 milhões de sacas de 40 quilos por ano. Em 2006, investiu parte dos US$ 20 milhões na construção de uma unidade de pesquisas em Passo Fundo (RS). "As vendas nessa área foram dentro das expectativas. Nossa meta é crescer pelo menos 20% na safra 2006/07", afirma Rissi.
Ele acredita que o índice de adoção das sementes transgênicas no Brasil deverá avançar rapidamente. Conforme a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), o uso de sementes transgênicas de soja devem alcançar 60% da área estimada para a cultura no ciclo 2006/07.
A Pioneer também se prepara para ofertar sementes geneticamente modificadas de milho. A empresa desenvolveu variedades de milho resistentes à lagartas, com a tecnologia MON 810 (Bt), desenvolvida pela multinacional americana Monsanto e que está na fila de processos para aprovação comercial pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). "Uma vez liberado o milho OGM, a DuPont está preparada para entrar neste segmento", afirma Rissi.
A empresa desenvolve, no momento, estudos com germoplasma que confere resistência a insetos e fungos (Bt), licenciado pela Dow Agrosciences. Neste ano, a empresa também investiu em uma unidade para produção de milho em Formosa (GO).
Ao todo, a Pioneer conta com seis unidades de pesquisa em milho no Brasil - no Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Maranhão e Mato Grosso - e outras duas em soja - Distrito Federal e Mato Grosso. O grupo também mantém cinco fábricas: em Santa Rosa (RS), Santa Cruz do Sul (RS), Itumbiara (GO), Formosa (GO) e Planaltina (DF).
Ao todo, a Pioneer informa que fez aportes de cerca de US$ 50 milhões no país nos últimos cinco anos e, graças a estes investimentos, dobrou a sua capacidade produtiva.
"Mesmo nos anos de crise, conseguimos manter uma média de crescimento de 20% ao ano", comemora.
Segundo Rissi, a Pioneer também estuda investir no desenvolvimento de sementes transgênicas para outras lavouras. A empresa estuda ainda abrir um novo centro de pesquisas de sementes em 2007.