Brasil: Paraná mantém combate a transgênico

Idioma Portugués
País Brasil

Mesmo com a aprovação da Lei de Biossegurança no Congresso, o governo do Paraná dará continuidade ao trabalho de convencimento para que os agricultores do Estado optem pelo plantio da soja convencional

Além da cartilha com perguntas e respostas sobre o grão transgênico, lançada no ano passado, estão sendo preparados agora outros materiais para distribuição aos produtores locais.

O governador Roberto Requião (PMDB), que ainda deseja ver o Paraná como livre de transgênicos, também deixou claro que manterá o porto de Paranaguá fechado aos organismos geneticamente modificados (OGM). Conforme ele, o terminal não tem estrutura para fazer a segregação exigida por lei.

"A lei alterou pouca coisa e a exigência da segregação continua valendo", diz o procurador-geral do estado, Sérgio Botto de Lacerda. O departamento de fiscalização da Secretaria da Agricultura foi orientado a acompanhar a movimentação de cargas e impedir que caminhões carregados co m soja transgênica cheguem à Paranaguá. E também para ficar atento ao serviço de órgãos federais responsáveis pela cobrança de rotulagem e identificação dos grãos por parte da indústria de esmagamento.

Na última sexta-feira o governo divulgou em seu site carta do movimento "Por um Brasil Livre de Transgênicos", que fala em "voto em favor da lei da Monsanto", multinacional da área de biotecnologia. No Paraná, aproximadamente 2,2 mil produtores admitiram ter plantado soja transgênica na atual safra, menos de 1% do total.

Contexto

As ações da americana Monsanto chegaram a subir 4,4% na bolsa de Nova York na sexta-feira, impulsionadas pela aprovação do projeto de Lei de Biossegurança pela Câmara no Brasil, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. O mercado estima que, com a regularização das vendas no país, o lucro por ação crescerá 11% em 2006 e 33% em 2007. As ações da DuPont subiram 2,9%, para US$ 54,64, maior nível desde abril de 2000. A alta foi associada à notícia de que ci entistas da UE aprovaram seu milho transgênico. O bloco decide hoje se aprova o produto para consumo animal.

Valor Econômico, Brasil, 7-3-05

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