Brasil: Lula lidera votação para o prêmio motosserra de ouro
O desmatamento de 26.130 quilômetros quadrados da floresta amazônica entre 2003 e 2004 - o segundo maior da história - motivou a organização ambientalista Greenpeace a lançar o concurso "Motosserra de ouro: um prêmio ao exterminador do futuro da Amazônia"
Segundo nota da entidade, seis candidatos concorrem à uma "estatueta de madeira ilegal": o presidente Lula, os ministros José Dirceu, Antonio Palocci e Roberto Rodrigues, e os governadores Blairo Maggi (MT) e Simão Jatene (PA).
Até às 17h, desta terça-feira (24), foram computados 328 votos e o presidente Lula liderava com 347 votos ou 41,91% do total.
Blairo Maggi vinha em seguida, com 290 votos (35,02%). Palocci era último colocado, com 31 votos (3,74%)
Segundo o Greenpeace, o prêmio será concedido "à personalidade brasileira cujo talento, ação ou inação foram decisivos para os incríveis índices de desmatamento na Amazônia".
O vencedor será conhecido no dia 6 de junho, durante a Semana do Meio Ambiente.
O prêmio terá duas categorias: popular e crítica.
O popular será decidido no voto direto pela internet no site do Greenpeace.
O júri ainda não foi anunciado, mas a organização não governamental informa que será formado por "jornalistas especializados, pesquisadores, representantes de ONGs e formadores de opinião".
Segundo o site dos ambientalistas, o governador do Mato Grosso é "campeão absoluto de desmatamento; é considerado o rei da soja e almeja sentar no trono em Brasília".
Eles atribuem a Blairo Maggi a frase: "Esse negócio de floresta não tem o menor futuro".
Já o governador do Pará é descrito como "vice-líder em desmatamento, mas vencedor dos prêmios nas categorias: violência e assassinatos no campo, trabalho escravo, grilagem de terras e ações de desgoverno inerentes ao processo de desmatamento".
O "atarefado" presidente Lula é apontado pelos ambientalistas como "o responsável final por ações e inações de governo".
Para eles, a proteção ao meio ambiente no governo "é um mero obstáculo ao desenvolvimento econômico".
Já o ministro Roberto Rodrigues é qualificado como "sojeiro no Maranhão e vacila em reconhecer a relação entre desmatamento e o avanço do agronegócio".
Para o Greenpeace, José Dirceu é o "coordenador do descoordenado Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia legal".
E Palocci "rasga elogios ao agronegócio e aplaude os superávits nas exportações enquanto a proteção ambiental fica à míngua de recursos federais".