Brasil: CTNBio adia decisão sobre sementes transgênicas de milho
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou para novembro a decisão sobre a liberação comercial de uma variedade de milho transgênico
Apesar de algumas opiniões favoráveis à aprovação, a comissão optou por ouvir avaliações de especialistas externos.
O presidente da CTNBio, Walter Colli, disse que a liberação comercial requer avaliações cuidadosas, “para que ao se liberar tenha-se razoável certeza de que nada será modificado naquele ambiente”.
Colli avalia, no entanto, que a lentidão do processo pode levar os agricultores a plantar a variedade de milho transgênico, como a que aconteceu com a soja a partir de 1996, quando a semente transgênica foi plantada ilegalmente.
“É capaz de acontecer, mas a CTNBio tem que seguir as regras da instituição. Se o produtor for plantar, ele corre um risco, como aconteceu com algodão, que o Ministério da Agricultura encontrou plantações ilegais e resolveu destruí-las”.
Gabriel Fernandes, representante da Organização Não Governamental Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA), alertou para o impacto sócio-econômico da plantação de semente transgênica, “que podem contaminar (pela polinização dos insetos, pelo vento e pelo compartilhamento de máquinas agrícolas) plantações com sementes crioulas, variedades tradicionais, e causar prejuízos para os agricultores familiares, que cultivam suas próprias sementes”.
Fernandes criticou ainda os critérios utilizados pela CTNBio na liberação de sementes transgênicas. Ele cobrou pesquisas específicas que estudem os impactos do milho transgênico na saúde da população e no meio-ambiente.