Brasil: 15% da comida consumida no Brasil prejudica a saúde
Segundo dados da Organização das Nações Unidas, o Brasil é o principal destino de agrotóxicos proibidos no exterior. Dez variedades vendidas livremente aos agricultores não circulam mais nos países da União Europeia e nos Estados Unidos
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), no primeiro semestre de 2010 foram vendidas 8,6 milhões de toneladas de fertilizantes. Um aumento de 5% se comparado ao mesmo período de 2009.
Segundo a advogada Larissa Packer, da organização Terra de Direitos , o uso de fertilizantes aumentou significativamente depois que os transgênicos entraram nas lavouras brasileiras.
Ela explica que os campos cultivados de soja e de milho, por exemplo, têm sementes "viciadas" em determinado agrotóxico. "Os agricultores não encontram outras sementes e agrotóxicos disponíveis e, com essa compra do pacote tecnológico, é a população quem sofre pela redução de seu padrão alimentar”, comenta a advogada Larissa Packer.
O levantamento da consultoria Céleres indica que três variedades de sementes geneticamente modificadas, conhecidas como transgênicas, ocuparam mais de 25 milhões de hectares na safra brasileira nos últimos anos. Este número representa 67% da área plantada com soja, milho e algodão.
A soja conta com a maior área plantada. Dos quase 24 milhões de hectares, 75% são transgênicos. O milho fica em segundo lugar. Dos 5,3 milhões de hectares, pouco mais de 4 milhões são de produção transgênica. Já o algodão ocupou 25,7% da área destinada à cultura modificada geneticamente.