Brasil: MST; agricultores acusados de incendiários permanecem presos
Três agricultores do acampamento Rosa Luxemburgo, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), permanecem presos em Alagoas.
Acusados de incendiários, aguardam a análise de um pedido de liberdade provisória.
José Bigail, Antônio Francisco e Wemerson Balbino foram presos no dia 2 de janeiro na cidade Girau do Ponciano. O fazendeiro e vereador Rubens Barbosa Rodrigues (PSDB), o Jaramataia, acusa os trabalhadores rurais de serem autores de um incêndio criminoso.
De acordo com informações do MST, o fazendeiro estava em busca de três homens, um deles vestido com uma camisa amarela. O Movimento afirma que na delegacia o acusador mudou de versão e identificou os três Sem Terra como culpados pelo incêndio, mesmo sem nenhum deles usar uma roupa desta cor.
O pedido de liberdade provisória dos trabalhadores rurais foi protocolado na última sexta-feira (13). A ação da defesa foi tomada agora devido à demora para tramitar o registro da prisão entre Polícia e Poder Judiciário, que levou quase 10 dias.
Impedidos de ir e vir há duas semanas, os agricultores estão desde o início do ano sem trabalhar e, portanto, sem gerar renda. As famílias dos presos contam com a solidariedade de amigos e vizinhos do acampamento. A defesa dos Sem Terra pretende entrar com ações de reparo de danos morais e materiais contra o Estado.
O MST lembra que a casos como este “afligem cotidianamente a realidade do povo pobre, negro e Sem Terra” no país. O acampamento Rosa Luxemburgo se instalou nas terras da mineradora Vale Verde. Após um acordo, a transnacional teve que ceder parte da propriedade em Alagoas para que as famílias Sem Terra aguardassem o assentamento definitivo. (pulsar)