80% dos peixes, no Brasil, correm perigo

Idioma Portugués
País Brasil

Cerca de 80% do estoque pesqueiro do Brasil está ameaçado, segundo o relatório À deriva - Um panorama dos mares brasileiros, divulgado ontem pelo Greenpeace Brasil. O estudo, que marca o lançamento de uma campanha em defesa dos oceanos, aponta ainda que somente 0,4% da costa brasileira corresponde a áreas marinhas protegidas, quando o ideal seria 40%

Elaborado com base em entrevistas com 46 especialistas, o relatório indica os principais desafios e soluções para a conservação dos oceanos. A pesca marinha gera 800 mil empregos no País, sendo responsável pela sobrevivência de 4 milhões de pessoas. O desafio do setor, diz o estudo, é encontrar maneiras de manter a produção, sem ultrapassar a capacidade natural de reposição dos estoques pesqueiros. “Regularizar a atividade é garantir a continuação da sustentabilidade econômica do setor no futuro”, afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace Brasil.

Além da pesca, o relatório identifica outros três temas prioritários na preservação dos oceanos: impactos das mudanças climáticas, criação de áreas marinhas protegidas e ausência de uma política nacional de oceanos.

Com o aumento da temperatura dos oceanos, e o derretimento das geleiras, perde-se a biodiversidade, o nível do mar aumenta e as zonas costeiras correm perigo. Para reverter isso, é preciso reduzir os níveis de gases-estufa, acabar com o desmatamento e as queimadas e promover o consumo racional dos recursos naturais.

O Greenpeace aponta como principal ferramenta de proteção as áreas marinhas protegidas e recomenda que 40% dos oceanos sejam reservas marinhas. Para que essas e outras medidas se tornem realidade, diz a entidade, é necessário o desenvolvimento de uma política nacional de oceanos que implemente reservas marinhas com equipamentos necessários, recursos humanos capacitados, fiscalização e atividades para a sociedade.

“O bioma marinho nunca foi prioridade para o governo brasileiro. O descaso não está relacionado à falta de órgãos gestores, mas sim à falta de coordenação entre eles”, afirma Leandra. “Hoje mesmo, as pessoas têm dificuldade para localizar o órgão onde devem pedir as devidas licenças ambientais.”

O relatório completo está disponível online no site Greenpeace Brasil

Instituto Humanista Unisinos, Internet, 20-8-08

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