Novartis cede a pressão dos consumidores e desiste de produzir alimentos transgênicos


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Novartis cede a pressão dos consumidores e desiste de produzir alimentos transgênicos
Comunicado de imprensa do Greenpeace
Decisão foi tomada no fim de junho mas empresa  só confirmou para o Greenpeace ontem

(São Paulo,03/08/00) A Novartis, uma das maiores  empresas mundiais produtoras de sementes  transgênicas, informou ao Greenpeace que não  usará ingredientes geneticamente modificados em seus produtos alimentícios no mundo todo. A  Novartis é a primeira empresa multinacional a assumir estes padrões alimentares globalmente.

Em carta enviada ao Greenpeace, o Departamento  de Saúde e Consumidor da Novartis, na Bélgica,  confirmou que desde o dia 30 de junho de 2000 a empresa havia parado de produzir alimentos de suas diferentes marcas contendo ingredientes transgênicos. O cereal  "Chocosoya", vendido na Bélgica, deixou  inclusive de ser produzido, uma vez que a  empresa não conseguiu garantias de obter soja  convencional para este produto.

"A Novartis se coloca em um papel de liderança  ao assumir o compromisso de abolir a prática do  duplo padrão, quando alimentos de alta qualidade livres de transgênicos são vendidos para  consumidores europeus e produtos feitos à base  de organismos geneticamente modificados são  comercializados sem qualquer aviso no continente  americano e Ásia", diz Mariana Paoli, Coordenadora da Campanha de Engenharia Genética  do Greenpeace.

Apesar de a Novartis ter se comprometido a  retirar os ingredientes transgênicos de seus  produtos, a empresa continua produzindo e  vendendo sementes geneticamente modificadas e,  dessa forma, contaminando a cadeia alimentar e o  meio ambiente. A empresa recentemente solicitou  à Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTN- Bio) um parecer sobre sua variedade de milho  transgênico Bt11. Em muitos países Europeus,  variedades de milho Bt foram proibidas em  virtude dos riscos para o meio ambiente a saúde humana, mas a companhia  se recusa a retirar a  variedade do mercado.

"Além da preocupação dos consumidores, a empresa  deveria reconhecer os riscos ambientais de seus  produtos transgênicos na agricultura e adotar uma política coerente, parando também a produção  e venda de sementes transgênicas", diz Mariana  Paoli. "Alias, este duplo padrão é recorrente no  mercado. Basta lembrarmos que em dezembro de  1999, o restaurante da multinacional Monsanto,  no Reino Unido, parou de utilizar produtos transgênicos em virtude da pressão de seus  clientes, ou seja, funcionários da própria  empresa." (1)

A integra da Carta da Novartis endereçada ao  Greenpeace (em Francês) está disponível no site  do Greenpeace internacional:
http://www.greenpeace.org/~geneng/highlights/food/00_08_03.htm

Mais informações:

Mariana Paoli, Coordenadora da Campanha de  Engenharia Genética do Greenpeace

Tel(11)3066-1184 ou (11)9215-3987

Renato Guimarães, Gerente de Comunicações do  Greenpeace

Tel: (11)3066-1178 ou (11)9900-7796

Información provista por David Hathaway: rb.moc.sysinu@yawahtah

Nota do Editor:
(1) Enquanto a Nestlé, no Reino Unido, Alemanha,  França e China e a Knorr, na Bélgica, Reino  Unido, Alemanha e Holanda, excluíram os  ingredientes transgênicos dos seus produtos, as  subsidiárias brasileiras destas empresas  utilizam ingredientes transgênicos nos seus  produtos, conforme identificou testes feitos  pelo Greenpeace e o Idec em junho destes ano.



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