Brasil: cultivo de soja em áreas recém-desmatadas da Amazônia cresce 57%
O Ministério do Meio Ambiente e representantes de setores da sociedade civil anunciaram nesta quinta-feira (26) os resultados do último ano (período 2011/12) da chamada moratória da soja, um acordo de empresas de agronegócios para evitar o desmatamento da Amazônia para a produção dessa commodity.
Plantações em MT, PA e RO ocupam 184 km² de áreas abertas após 2006. Moratória da soja, um pacto contra o desmatamento, foi renovada.
A reportagem é de portal Globo Natureza, 26-10-2012.
O Ministério do Meio Ambiente e representantes de setores da sociedade civil anunciaram nesta quinta-feira (26) os resultados do último ano (período 2011/12) da chamada moratória da soja, um acordo de empresas de agronegócios para evitar o desmatamento da Amazônia para a produção dessa commodity.
O monitoramento das áreas desmatadas nos estados de MT, PA e RO apontou um aumento de 57% das plantações de soja em áreas desmatadas depois de outubro de 2006. Na safra passada (2010/2011), haviam sido detectados 11.698 hectares (116,6 km²) plantados, contra 18.410 hectares (184,1 km²) deste ano. O aumento entre o dado deste ano e o do anterior, no entanto, foi menor que entre 2009/2010 e 2010/2011, quando chegou a 85%.
Durante o anúncio desta quinta, a moratória foi renovada por mais um ano. Pelo acordo, as empresas de agronegócio se comprometem a não comprar a soja que tenha origem em áreas que tiveram a floresta reitrada após 2006.
Carlo Lovatelli, Presidente da Associação Brasileira das Indústrias do óleos vegetais (Abiove) afirma que, apesar do aumento, a soja não está entre os principais causadores do desmatamento na Amazônia, mas é um fator que merece sempre atenção. "Ela não é o principal motivo do desmatamento, mesmo assim, nos incomodamos com o aumento," afirmou.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a moratória demonstrou que é possível aumentar a produção de soja, sem degradar a floresta. "Em cinco anos, tivemos a menor taxa de desmatamento da Amazônia e a maior produção de soja. O que precisamos agora é eliminar dessa base aqueles que não querem cumprir a lei", disse.
A ministra também frisou a importância da criação do Cadastro Ambiental Rural, que permirá conhecer quantos e quais são as propriedades rurais no Brasil. "Com ele poderemos ter o controle de todas as propriedades, levando ao aperfeiçoamento da gestão da informação de produção de alimentos no Brasi," afirmou.
Fuente: Instituto Humanitas Unisinos