Brasil bombardeado com propagandas da soja transgênica
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Brasil bombardeado com propagandas da soja transgênica
Campanha por um Brasil livre de transgênicos
 Boletim 82, 21-9-01
Car@s Amig@s
Todos os jornais brasileiros importantes estão sendo bombardeados esta semana com propagandas da soja transgênica resistente a herbicida. Trata-se da famosa soja
, ou RR, da Monsanto, resistente ao herbicida
, também da Monsanto.
Os anúncios são assinados pela Coodetec -- Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico. Para quem não se lembra, a Coodetec, que realiza experimentos com produção de sementes de soja transgênica no Paraná, teve um "plantio extra" interditado pelo Ministério da Agricultura em junho deste ano. A cooperativa tinha permissão para plantar 1,5 hectare de soja transgênica, e plantou 97 hectares. Além da interdição da área, foram apreendidas nessa ocasião 340 toneladas de sementes transgênicas.
Quando consultado pelo jornal
, o presidente da Coodetec, Irineo da Costa Rodrigues, alegou que "para efeito de pesquisa é necessário plantar uma área maior,
-- se o plantio for liberado, as cooperativas precisam ter material para plantio".
Todos sabemos que há plantios ilegais de soja transgênica no Sul do Brasil. Teoricamente, essas sementes chegam aos agricultores contrabandeadas da Argentina, onde seu plantio é liberado. Mas todos também "supomos" que há comercialização ilegal de sementes transgênicas provenientes de plantios experimentais. Aliás, que outro motivo justificaria áreas tão grandes para
, algumas, inclusive, de mais de 100 hectares, com permissão da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança)? Isto é produção comercial de semente transgênica,
!
Agora, no início da época de plantio de soja no Brasil, somos inundados por propagandas da soja transgênica. Não parece "coincidência demais"?
Como se não bastasse, a regra nestes materiais "informativos" das empresas de transgênicos é apresentar dados altamente distorcidos. O que não poderia ser de outra forma, pois não há dados científicos que confirmem os benefícios das lavouras transgênicas (há, sim, dados que provam que esses benefícios não existem).
Exemplos: "
para aumento de produtividade não quer dizer, na prática, nada.
Da nossa parte, conhecemos pesquisas realizadas no Centro de Ciência e Política Ambiental do Noroeste, de Idaho (EUA) e na Universidade de Nebraska (EUA), que demonstram que a soja transgênica resistente a herbicida é, em média, 5 a 10% menor do que da soja convencional.
Outro exemplo: "
Notaram a sutileza? Aplicar um único herbicida não é a mesma coisa que fazer uma única aplicação de herbicida. Quantas aplicações de "
são feitas na soja transgênica?
O próprio Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês), que é um defensor declarado dos cultivos transgênicos, já divulgou dados dizendo que a soja transgênica requer em média 11% mais herbicida do que a soja convencional, havendo zonas onde se tem utilizado até 30% mais.
Além de apresentarem outras "pegadinhas" desse tipo, todas as propagandas terminam dizendo que "
Esta última é a mentira mais deslavada que se pode imaginar. A maior parte da polêmica em torno desta questão se dá, exatamente, porque não há, em todo o mundo, estudos independentes que comprovem a segurança dos alimentos transgênicos para o consumo.
Um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade "Rovira i Virgili", de Tarragona, Espanha, demonstra que até 2000 haviam sido publicados,
, em revistas científicas e na Internet,
trabalhos de avaliação de risco dos transgênicos para a saúde humana. A maior parte deles inconclusivos ou com desenhos experimentais bastante pobres.
A equipe de pesquisadores conclui, com bastante propriedade, que se hoje as empresas divulgam aos quatro ventos a segurança dos transgênicos para a saúde humana, o fazem por um ato de fé, e não baseadas em provas.
É importante, neste momento, ficarmos alertas para a comercialização ilegal de sementes transgênicas. Se você, sua associação, sindicato ou qualquer outra organização souber de casos de venda ilegal dessas sementes na sua região, denuncie para o Ministério Público. Se o governo, através de seus órgãos competentes, se recusa a fiscalizar, cabe a nós fazermos a nossa parte. Afinal, sabemos que os prejudicados diretos desses crimes seremos todos os brasileiros, agricultores e consumidores.
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