Boletim 51 Campanha Por um Brasil livre de transgênicos
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Boletim 51 
Campanha Por um Brasil livre de transgênicos
Car@s Amig@s
Recentemente comentamos, com lástima, a falta de informação que paira sobre jornalistas, inclusive os especializados em cadernos de ciências, a respeito dos transgênicos. É verdade, há muita falta de informação.
Mas muito pior do que falta de informação, e que também freqüenta os principais jornais, revistas e programas de notícias na televisão, é uma incrível tendência a enobrecer os transgênicos, ridicularizar seus críticos e dissolver sua imagem negativa.
É lamentável, por exemplo, a revista VEJA ( 07/02/01), numa matéria sobre o Fórum Social Mundial, apresentar um último parágrafo "informativo":
"
".
Nem as empresas de biotecnologia fazem estas afirmações em suas propagandas!
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Neste número:
1. Protesto contra transgênicos no Sul
2. RS firma acordo com a França envolvendo a rastreabilidade de transgênicos
3. Secretaria do RS  firma termo de cooperação técnica com a Genetic ID
4. Arroz Dourado: a questão não é tão simples
5. Transgênicos: um mau negócio
6. Alguém quer batatas? Se forem transgênicas, não!
1. Homeopatia reduz custos da pecuária e permite a produção de carne e leite orgânicos
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1. Protesto contra transgênicos no Sul
Depois de arrancar e queimar uma pequena lavoura de soja em Chapecó (SC)*, terçafeira, dirigentes das entidades responsáveis por esse ato decidiram enviar hoje ao Ministério da Agricultura e ao Ministério Público uma carta cobrando medidas concretas contra o plantio de sementes transgênicas no País.
"Se as autoridades não tomarem as providências cabíveis, a sociedade certamente vai reagir", diz Roberto Cordazzo, coordenador da Associação dos Pequenos Agricultores do Oeste de Santa Catarina (Apaco), que liderou a manifestação, ao lado do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de outras entidades ligadas à agricultura.
Os produtores inspiraramse no ato público do francês José Bové, que danificou experimentos da Monsanto no interior do Rio Grande do Sul. A ação na área experimental, de 2,5 a 3 hectares, não causou danos ao meio ambiente, mas a Monsanto terá que eliminar a matéria orgânica remanescente e rotacionar a área com cultura de inverno.
Segundo Cordazzo, há denúncias da existência de lavouras de milho transgênico no oeste catarinense. "Parece que a situação está fugindo ao controle", diz, lembrando que, além do risco à saúde dos consumidores, há um risco de prejuízo econômico no âmbito das exportações de carne, um dos principais sustentáculos do agribusiness catarinense.
"Se a soja e o milho transgênicos forem consumidos localmente, nossa região pode sofrer um bloqueio por parte dos países da Europa, que proibiram o uso desses produtos." (...)
*NE: Após receberem uma denúncia, os manifestantes aspergiram o herbicida Roundup sobre a plantação. Como a soja não morreu, concluíram que era de fato transgênica.
2. RS firma acordo com a França envolvendo a rastreabilidade de transgênicos
O governo gaúcho e o Instituto Nacional de Pesquisa Agronômica da França (Inra) firmaram acordo de cooperação técnica permanente nas áreas de produção vegetal envolvendo a rastreabilidade de produtos transgênicos.
O acordo, selado ontem, em Paris, na França, entre o secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, e o diretor do instituto, Bertrand Hervieu, também prevê o controle biológico de doenças como cancro cítrico,
, pinta preta na maçã e vespa da madeira.
O convênio determina o intercâmbio de pesquisadores da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e do instituto francês. Segundo Hoffmann, em maio, o pesquisador Joseph Bové (pai do líder camponês), especialista em controle do cancro cítrico, virá ao Rio Grande do Sul para iniciar as tratativas. Em novembro, o próprio Hervieu concretizará o convênio. (...)
3. Secretaria do RS  firma termo de cooperação técnica com a Genetic ID
Dia 29 de janeiro, a Secretaria da Agricultura do RS, por meio da Emater, firmou um termo de cooperação técnica com a empresa norte americana de biotecnologia Genetic ID para instalar uma unidade para processamento de amostras para testes de transgênicos em produtos agrícolas. A partir do acordo, o processamento será feito em laboratório da Emater/RS, em Porto Alegre, que vai moer, homogeneizar, embalar e remeter até 300 amostras sólidas por mês.
Com isso, diminuirá o tempo de preparo do material a ser analisado nos laboratórios da empresa. Antes, havia a necessidade de remeter para o exterior em média, 2,5 quilos do material. Agora, é possível encaminhar para os testes de transgenia a amostra já reduzida, que será analisada. A iniciativa vai beneficiar pequenos e grandes agricultores além de indústrias gaúchas que tenham interesse em assegurar ao mercado a pureza de seu produto. O governo gaúcho adotou postura de cautela em relação aos Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) por causa, da falta de informações seguras sobre os riscos destes produto para a saúde das pessoas e do meio ambiente.
4. Arroz Dourado: a questão não é tão simples
Segundo o Dr. Marion Nestle, de Nova Iorque, o "arroz dourado" sozinho não irá diminuir significativamente a carência de vitamina A e a cegueira noturna. O arroz dourado é geneticamente modificado para conter três novos genes que juntos fazem o arroz produzir betacaroteno. O betacaroteno é um precursor de vitamina A, e precisa ser ativado por uma enzima para se tornar ativo. Betacaroteno e vitamina A são substâncias lipossolúveis, o que significa que demandam gordura na dieta para serem absorvidas através das paredes do intestino. A conversão de betacaroteno em vitamina A e o transporte no corpo para os tecidos que usam vitamina A requerem dietas adequadas em gordura e proteína. Pessoas em cuja dieta faltam esses nutrientes ou que tenham problemas de diarréia intestinal  comum em países em desenvolvimento  não poderão obter vitamina A do arroz dourado. O arroz dourado representa uma sofisticada engenharia genética. Mas ele não irá vencer as principais causas da deficiência de vitamina A  desnutrição e saneamento pobre. Vencer esses problemas requer intervenções mais desafiadoras do que um produto de alta tecnologia sozinho.
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5. Transgênicos: um mau negócio
O ex-diretor da companhia farmacêutica Smith Klein Beecham disse à uma conferência da indústria biotecnológica que nos últimos 15 anos, 1.900 produtos desenvolvidos pelas companhias de biotecnologia falharam em testes clínicos. Somente 137 alcançaram condições de chegar ao mercado. Esse miserável nível de sucesso, disse ele, estava diante de bilhões gastos em pesquisa. "Eu não acho que a biotecnologia tem sido um bom investimento", disse o senhor Lesghly. "O retorno tem sido terrível. Em todas as conferências que eu vou nos Estados Unidos, os investidores estão dizendo: 'este é um mau negócio'".
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6. Alguém quer batatas? Se forem transgênicas, não!
Os produtores de batata do estado de Oregon, EUA, viraram as costas para as batatas geneticamente modificadas da Monsanto, as batatas NewLeaf. O Porta-voz de commodities do estado de Oregon diz que eles não sabem de nenhum produtor de Oregon que tenha plantado NewLeaf esse ano depois que os grandes processadores de batatas (Lamb Weston, Simplot e McCain Foods) e outros pequenos (Kettle) as recusaram. Processadores de outros estados estão também as estão evitando. 75% das batatas produzidas em Oregon vão para o processamento, e o resto para o varejo.
Oscar Gutbrod, do Serviço de Certificação do Estado de Oregon, diz: "Ninguém nos EUA está admitindo que as cultiva". Segundo Will Wise, presidente do Comissão de Batatas de Oregon, "Não existe nenhum interesse comercial nelas. Pode haver alguém plantando aqui ou ali, mas eu não sei de ninguém. Acabou." Há dois anos cerca de 1% a 1.5% das batatas de Oregon eram produzidas a partir das sementes NewLeaf Russet Burbank, da Monsanto. Mark Buckingham, um porta-voz da Monsanto, disse que alguns lotes comerciais estavam no sudeste do estado, acrescentando, "O mercado para elas", nacionalmente, "é muito pequeno".
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1. Homeopatia reduz custos da pecuária e permite a produção de carne e leite orgânicos
Criadores de gado, búfalos e aves de várias regiões do país estão substituindo antibióticos, vermífugos e inseticidas pela homeopatia. Além de oferecer resultados rápidos e eficientes no tratamento e prevenção de doenças, a homeopatia permite o aumento da produtividade em torno de 20%, assim como corte radical nos gastos com medicamentos - uma dose do hormônio alopático usado para provocar o cio nas vacas custa R$ 5, enquanto a versão homeopática fica por R$ 0,10.
No tratamento da mastite, uma infecção nas mamas que costuma tirar o sono de criadores de gado, a economia é maior. Enquanto o tratamento com antibiótico implica custo de R$ 48 por animal, a homeopatia permite cuidar de até cinco vacas, por dois anos, com uma única dose, que custa cerca de R$ 55.
Além disso, os remédios homeopáticos são aceitos sem restrições pelas certificadoras de produtos orgânicos, um nicho que ganha cada vez mais adeptos no Brasil. (...)
"O advento da 'vaca louca' tende a provocar uma explosão da produção orgânica e do consumo de homeopatia", diz Mário Ramos Paula e Silva, veterinário e inspetor do Instituto Biodinâmico (IBD), uma das maiores certificadoras do País. (...)
O veterinário Antônio Vicente Dias, que cuida de 500 cabeças de búfalos e bois para a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), afirma que o tratamento homeopático pode evitar a diarréia e a apatia que geralmente acometem bezerros recémdesmamados.
Outra vantagem da terapia é a capacidade de estimular a produtividade. Há dois anos, 200 dos 600 produtores de leite da Cooperativa de Pequenos Agropecuaristas de Campinas do Sul (Coopasul), do Rio Grande do Sul, passaram a administrar remédios homeopáticos a animais com mastite, até então tratados com antibióticos. Além de evitar o descarte do leite produzido no tratamento alopático, ele elevou a quantidade de proteínas e gordura no leite. "Com isso, a produção de queijo cresceu de 1 para 1,2 quilo por dez litros", diz Nelson Franklin, do Departamento Técnico da Coopasul, a primeira cooperativa da América Latina a produzir leite orgânico. (...)
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