Atingidos pela Hydro-Alunorte protestam em Belém
Atingidos pelo crime da mineradora Hydro-Alunorte dos municípios de Barcarena e Abaetetuba (PA) fecharam a travessa Dom Romualdo de Seixas, em frente o Ministério Público Federal (MPF), em Belém (PA) nesta terça-feira (17/02). A principal pauta foi o reconhecimento das comunidades ribeirinhas como atingidas pelo vazamento de rejeitos da mineradora, ocorrido em fevereiro de 2018, e o cumprimento do termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado em setembro daquele ano.
Além disso, os manifestantes, organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), cobraram que seja divulgado o resultado do exame toxicológico feito com os moradores para atestar a contaminação com metal pesado; a continuidade da distribuição de vale-alimentação e água mineral (atualmente suspensa), o cancelamento da operação da bacia DRS-2 da Hydro, que não tem licença da SEMAS, e que o governo do estado passe a se manifestar quanto às irregularidades cometidas pela empresa.
Os manifestantes apresentaram essas reivindicações para o procurador do MPF Ricardo Negrini, que deu alguns repasses do que está sendo feito com relação ao TAC, o comitê de acompanhamento e a contratação de assessorias técnicas. “O MAB tem uma preocupação particular quanto a este ponto, por conta do que vimos acontecer em Mariana e Brumadinho (MG) com o crime da Vale. É preciso criar mecanismos para assegurar a participação dos atingidos e não deixar a reparação se transformar em mais um negócio lucrativo para a empresa criminosa”, afirma Robert Rodrigues, da coordenação do MAB no Pará.
À tarde ocorreu um debate na Assembleia Legislativa do Pará sobre esse tema, com a participação da Comissão de Direitos Humanos da ALEPA e pesquisadores, além do MAB. As atividades fazem parte da preparação à Jornada de Lutas dos atingidos por barragens.