Ciência cidadã e polinizadores da América do Sul
As alterações dos ambientes naturais provocadas pelo ser humano, como a fragmentação de ecossistemas, mudanças no uso do solo, alterações climáticas, exploração exacerbada de recursos do ambiente, uso de pesticidas e agrotóxicos, entre outros, impõem ameaças aos seres vivos que ali habitam. Entre estes seres, estão diversos grupos de organismos que visitam plantas com flores para obtenção de recursos e que, ao visitarem estas plantas, acabam promovendo a polinização. A polinização é um processo fundamental para que ocorra a reprodução de diversas espécies de plantas, levando à formação de sementes e frutos. Por causa disso, esse processo é importante também para nossa sobrevivência, pois utilizamos muitas destas sementes e muitos destes frutos para nossa alimentação. Além disso, a produção de sementes e frutos pode gerar emprego e renda para muitas pessoas. As plantas e os polinizadores, portanto, oferecem-nos serviços. Sim, isso mesmo! Chamamos isso de serviços ecossistêmicos. Se quisermos, portanto, que nosso planeta seja sustentável a longo prazo, precisamos pensar na conservação destas espécies e de muitas outras também. Aqui neste livro, abordaremos alguns aspectos ecológicos dos polinizadores, com ênfase na América do Sul.
Aqui neste livro, abordaremos alguns aspectos ecológicos dos polinizadores, com ênfase na América do Sul. Em especial, na Seção I será trabalhado o conceito de serviço ecossistêmico (Capítulo 1), formas de se trabalhar os ambientes urbanos para que sejam mais amigáveis aos polinizadores (Capítulo 2) e a questão da presença de espécies que não são naturais dos países Sul-Americanos e os problemas ecológicos que elas podem acarretar (Capítulo 3). Na Seção II, serão apresentados os grupos principais de organismos polinizadores que existem na América do Sul e as características que você pode utilizar para reconhecer estes grupos (Capítulos 4 a 9). Nós consideramos que o envolvimento de todas as pessoas para que sejam produzidos novos conhecimentos científicos sobre estes organismos, os quais possam ser usados para embasar ações de manejo e conservação ambiental, é mais do que desejado. Ao processo de participação pública na ciência, a partir de parcerias entre cientistas e interessados em ciência, damos o nome de ciência cidadã. Existem diferentes projetos de ciência cidadã, envolvendo os grupos de organismos polinizadores, em andamento nos diferentes países da América do Sul. Na Seção III, você poderá entender melhor como fazer para tornar-se um cientista cidadão ou uma cientista cidadã (Capítulo 10) e serão dados exemplos de projetos atualmente em andamento e com os quais você pode colaborar (Capítulos 11 a 18). Como são utilizados em vários trechos do livro alguns termos que talvez não sejam do seu conhecimento, deixamos estes termos destacados no texto (em vermelho e sublinhado) para que você possa consultá-los no Glossário ao final do livro.
Este livro foi produzido com o apoio do projeto SURPASS2 - Safeguarding Polinators and Polination Services (https://bee-surpass.org/), uma colaboração internacional entre Argentina, Brasil, Chile e Reino Unido. Foi realizado a muitas mãos, envolvendo não apenas seus 60 autores (52 cientistas acadêmicos e 8 cientistas cidadãos), mas também todos os cientistas participantes do projeto SURPASS2 e todos os cientistas cidadãos que contribuíram para os projetos descritos na Seção III. A todos eles nossos sinceros agradecimentos!
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Fonte: Editora Cubo