Brasil: movimentos sociais vão à Justiça e às ruas contra Belo Monte
Marquinho Mota, do Fórum da Amazônia Oriental, a licença parcial que permitirá o desmatamento para construção dos canteiros da obra da Usina de Belo Monte gerou indignação nos movimentos sociais do Norte. Para Marquinho, a liberação é ilegal
O documento foi liberado depois da demissão do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis que apontava problemas no processo. O militante da rede Xingu Vivo para Sempre diz que os movimentos sociais esperavam mais respeito à constituição e aos direitos dos povos das florestas do novo governo.
Em breve se reunirão com o Ministério Público do Pará para garantir medidas judiciais que paralizem o desmatamento e revoguem a licença. Já estão marcados protestos de rua na Praça da República em Belém, no domingo, quando será lançado um livro. O movimento também vai participar do dia de luta contra o trabalho escravo, amanhã.
Segundo ele, o simples anúncio da obra já atraiu cerca de 8 mil pessoas para Altamira gerando especulação imobiliária, pressão nas terras indígenas, aumento geral do custo de vida, da prostituição e da violência. O Movimento dos Atingidos por Barragens estima que 40 mil pessoas sofrerão com os impactos de Belo Monte.
Marquinho Mota também denuncia a papel que a Fundação Nacional do Índio está cumprindo na região. "Estão vendidos para Norte Energia e Eletronorte", aponta o represente do Fórum da Amazônia Oriental. Ele respaldou as denúncias de que oa Funais Nacional está subornando indígenas do interior com cestas básicas, telefones celulares e outros bens. Na opinião dele, "a Funai presta um desserviço imenso aos indígenas da região.
Está contribuindo para o extermínio das tribos indígenas do Xingu".