Brasil: desmatamento em todas as regiões
Queimadas e desmatamentos estão ocorrendo em todas as regiões do Brasil, e não apenas nas fronteiras agrícolas. A conclusão está no primeiro levantamento ambiental, em nível de municípios, produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Adital - O estudo traz também informações relevantes sobre contaminação do solo, recursos hídricos e associação destes e de outros problemas com a qualidade de vida da população.
O trabalho, com o título de Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic), foi feito a partir de questionários enviados aos 5.560 municípios que existiam no país em 2002. Desde total, 1.009 apontaram a existência de desmatamentos em seus territórios, sendo que 68% destes já tinham registrado também queimadas.
Com as informações repassadas pelas prefeituras, o IBGE descobriu que podem estar surgindo novas áreas de desmatamento na Floresta Amazônica e no Cerrado e que ainda não foram detectadas pelos satélites. Municípios da região oeste da Bahia, encravados no Cerrado, indicaram os desmatamentos e as queimadas como fatores que estariam alterando a qualidade de vida e a paisagem.
Outro dado preocupante: a poluição da água atinge 38% dos municípios brasileiros, principalmente os mais populosos. Entre junho de 2001 a junho de 2003, 2.121 municípios registraram ocorrência de poluição freqüente nas águas dos rios, lagos, enseadas, represas, açudes, baías, nascentes, águas subterrâneas. A situação é mais grave no Estado do Rio de Janeiro, onde 77% dos municípios registraram a contaminação dos recursos hídricos.
Os problemas ambientais afetam diretamente a qualidade de vida da população. A taxa de mortalidade infantil, como ficou constado na pesquisa, está diretamente ligada ao saneamento básico. Dos 1.159 municípios com taxa de mortalidade superior a 40 óbitos por 1 mil, 327 informaram haver esgoto a céu aberto. E, enquanto que a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos residindo em domicílios adequados (aqueles com água e esgoto) era 26,1 por 1 mil, para as que residiam em domicílios inadequados, a taxa chegava a 44,8 por mil, atingindo até 66,8 por mil na região Nordeste.
Fuente: ADITAL