Brasil: MST ocupa oito latifúndios em Pernambuco em primeiro dia de jornada de lutas

Idioma Portugués
País Brasil

"A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária acontece em todo o Brasil e seguirá até o final desse mês. O MST exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o país; a atualização dos índices de produtividade; garantia de recursos para as desapropriações de terras; e investimentos públicos nos assentamentos".

 

Na Zona da Mata, foram três Engenhos ocupados por famílias Sem Terra: no município de Maraial, Mata Sul, cerca de 100 famílias ocuparam o ENGENHO SÃO SALVADOR; no município de Moreno, 130 famílias reocuparam o ENGENHO POÇO DE ANTA, pertencente à Usina Bulhões, de propriedade de Roberto Lacerda Beltrão; e no município de Gameleira, cerca de 80 famílias ocuparam o ENGENHO PACA.

 

No Sertão do estado, quatro latifúndios foram ocupados. No município de Tacaratu, 350 famílias Sem Terra ocuparam a FAZENDA SALGADINHO; no município de Custódia, 120 famílias ocuparam a FAZENDA MARRECO; no Sertão do Araripe cerca de 200 famílias Sem Terra ocuparam a FAZENDA CEDRO II, com mais de 1.500 hectares, localizada no município de Ipubi; e no município de Petrolina 100 famílias ocuparam a FAZENDA LAGOA DE PEDRA. Já na região Agreste a FAZENDA AMARELA, no município de Jataúba, foi ocupada por 130 famílias Sem Terra.

 

Jornada Nacional de Lutas

 

A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, iniciada neste domingo (11/4) no estado de Pernambuco, segue até o final do mês. A Jornada acontece todos os anos no mês de abril em memória dos 19 trabalhadores rurais Sem Terra assassinados no Massacre de Eldorado de Carajás, durante operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996. O dia 17 de abril, data do massacre que teve repercussão internacional, tornou-se o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

 

Reivindicações

 

A Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária acontece em todo o Brasil e seguirá até o final desse mês. O MST exige o assentamento das 90 mil famílias acampadas em todo o país; a atualização dos índices de produtividade; garantia de recursos para as desapropriações de terras; e investimentos públicos nos assentamentos (crédito para produção, habitação rural, educação e saúde).

 

Segundo a Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Pernambuco, 57% dos latifúndios cadastrados no órgão são IMPRODUTIVOS, o que dá um total de 411.657 ha de terras improdutivas no estado, área suficiente para assentar as 23 mil famílias que vivem hoje acampadas em todo o estado. Isso sem contar as áreas devedoras da União e que desrespeitam a legislação trabalhista e ambiental, e que são, portanto, passíveis de desapropriação para Reforma Agrária, segundo a Constituição Federal. Apesar disso, em 2009 o Incra obteve apenas um imóvel, assentando míseras 70 famílias em todo o Estado.

 

Das 17 mil famílias do MST que vivem em acampamentos, muitas estão acampadas há mais de cinco anos, vivendo em situação bastante difícil à beira de estradas e em áreas ocupadas, que são vítimas da violência do latifúndio e do agronegócio.

 

12 de abril de 2010

 

Fuente: MST- Brasil

Temas: Tierra, territorio y bienes comunes

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