Brasil: MST ocupa superintendências do Incra e pede agilidade na reforma agrária
Várias superintendências do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foram ocupadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nesta segunda-feira (21). As ocupações que acontecem nos estados do Ceará, Alagoas, Maranhão, Paraíba, Goiás e São Paulo exigem agilidade na reforma agrária, infra-estrutura e mais assistência técnica para os assentamentos
De acordo com o integrande da coordenação estadual do MST em São Paulo, Paulo Albuquerque, o governo federal abandonou as famílias acampadas em todo o país. Paulo também comenta a falta de responsabilidade do governo e do Incra com as famílias assentadas.
"O Incra está tendo uma postura de fazer promessas nas negociações e depois não cumpri-las. Não avançamos nada nos acampamentos e nem nas áreas de pré-assentamentos. Por outro lado há problemas nos assentamentos mais antigos. Nesses locais não há investimentos para avançar no processo de produção. A justificativa do Incra é de que o governo não repassa a verba dos assentamentos para o órgão executar os programas. É uma decisão política do governo federal de não promover o avanço na reforma agrária."
Paulo afirma que o MST exige a revogação da Medida Provisória (MP) 2.027-38 editada na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A MP impede a vistoria e a desapropriação de propriedades rurais ocupadas. Para Paulo a "medida é totalmente contrária aos avanços da reforma agrária". Segundo o MST, existem 150 mil famílias esperando para serem assentadas no Brasil.