Brasil: MST inicia Jornada Nacional de Lutas e se posiciona contra transposição do Rio São Francisco
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou nesta semana, mais uma Jornada Nacional de Lutas
(2´05´´ / 497 kB) - Como em todos os anos, a Jornada tem como objetivos acelerar o processo da reforma agrária e denunciar o capital estrangeiro que cada vez mais expulsa os pequenos agricultores de suas terras por meio da expansão da monocultura de eucalipto e da cana-de-açúcar. O movimento também divulgou uma nota declarando-se oficialmente contra a transposição do Rio São Francisco.
Edílson Barbosa, da direção nacional do MST no estado de Pernambuco, explica que este projeto de transposição tem a finalidade de beneficiar apenas os grandes empresários.
“Nós achamos que este projeto tem um objetivo claro de fortalecer o agronegócio e empreiteiras. Do ponto de vista ambiental ainda não se sabe o impacto real que pode causar ao Rio São Francisco, uma vez que ele está todo assoreado e sua mata auxiliar está quase toda destruída. A nossa posição contra o governo tem o objetivo de mostrar que essa obra vai atrapalhar o desenvolvimento da região se não tiver voltada às questões sociais e ambientais”.
Edílson também comenta que o dinheiro gasto com a obra - avaliada em R$ 6 bilhões - poderia beneficiar muito mais pessoas. Mas segundo ele, o principal objetivo da Jornada neste ano é reforçar a luta contra a monocultura da cana-de-açúcar que deve aumentar com o recente acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos para a produção de agro-combustível.
“Nosso foco principal é fazer o enfrentamento direto com o agronegócio da cana que é o principal inimigo da reforma agrária e da classe trabalhadora do nordeste como um todo. Vamos mostrar para o presidente [Lula] que os heróis dessa nação não são os usineiros e nem banqueiros e sim, a classe trabalhadora, que a partir da sua luta, vai impor a grande transformação que o Brasil merece”.
De São Paulo, da RadioagênciaNP, Danilo Augusto.