Brasil: IV Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária destaca a produção sustentável no campo

Por MDA
Idioma Portugués
País Brasil

A produção farta, ecologicamente sustentável e com valor agregado da agricultura familiar brasileira, que responde por 60% de todos os alimentos que chegam à mesa do consumidor no País, converge de 4 a 7 de outubro para um único ponto: o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade (ExpoBrasília), na capital federal

Esse é o cenário da IV Feira Nacional de Agricultura Familiar e Reforma Agrária. No evento, 480 expositores apoiados pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apresentarão como homens e mulheres estão transformando a realidade no campo, em cada bioma. A entrada é gratuita.

Este ano, o tema da Feira é Sustentabilidade & Diversidade. Agricultores familiares, assentados da reforma agrária, extrativistas, aqüicultores, integrantes de povos remanescentes de quilombos e indígenas de todas as regiões do Brasil e inseridos nesse conceito apresentarão seus empreendimentos agroindustriais, seu artesanato e sua cultura. De mel a castanhas, de vinhos a salames, de tucupi a criações em capim-dourado. A exuberância da produção familiar nacional estará exposta em 51 mil m².

A quarta edição da Feira ainda terá Rodada de Negócios; protótipos demonstrativos de biodiesel e de elaboração da erva-mate, do chocolate e da castanha-de-baru (fruto típico do Cerrado); shows e atrações culturais; e praça de alimentação com comidas típicas. Simultaneamente, será realizado o primeiro encontro de slow food no Brasil - o movimento internacional segue o conceito da ecogastronomia -, o Terra Madre.

Foco ecológico
Reduzir, reaproveitar e reciclar os materiais são palavras de ordem na Feira. Ao percorrer os estandes, que este ano estarão distribuídos por biomas brasileiros - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa -, os visitantes encontrarão formas de utilização sustentável de materiais, desde a decoração do espaço físico aos copos descartáveis. Essa é a grande diferença do evento neste ano.

A principal iniciativa será a recuperação do gás carbônico liberado no meio ambiente - processo mais conhecido como seqüestro de carbono -, antes e durante a Feira. Para isso, especialistas contratados pelo MDA farão o cálculo de quanto desse gás foi emitido na atmosfera para produzir o material que será vendido durante a exposição, para elaborar embalagens, sacolas e demais itens necessários à comercialização, para transportar expositores e produtos até o Pavilhão ExpoBrasília, para montar estandes, e promover atividades culturais e shows (veja programação cultural).

Após esse cálculo, o MDA distribuirá mudas de árvores para plantio no Cerrado pelos assentados da reforma agrária. Eles receberão treinamento para realizar o plantio e o futuro manejo sustentável dessas plantas. Serão essas árvores as responsáveis por fazer o seqüestro de carbono da natureza.

De acordo com o engenheiro agrônomo Odécio Rossafa, consultor de Meio Ambiente do MDA, a partir dessa proposta o Ministério deverá lançar o Selo Carbono Agroecológico. "Em 10 anos, os assentados poderão manejar a floresta plantada para o seqüestro de carbono e extrair renda extra de seu uso", projeta.

Além disso, todos os veículos usados para fazer o transporte terrestre dos expositores e mercadorias da Feira utilizarão biodiesel nos tanques de combustível. "A maioria dos agricultores familiares e assentados selecionados para participar do evento deste ano já trabalham com o conceito de agroecologia em suas terras", ressalta.

Proposta sustentável
Nessa linha temática, os arranjos decorativos da Feira foram confeccionados com tecido reciclado, com 50% de sua composição a partir de garrafas PET. Todo o material descartável que será utilizado durante o evento, como os copos, as sacolas para embalar mercadorias, os folhetos de divulgação e os crachás dos expositores e trabalhadores de apoio serão feitos de papel passível de reciclagem ou reciclado. As garrafas de água distribuídas aos expositores serão de material de uso permanente.

Durante a Feira, ainda haverá coleta seletiva. O espaço de realização do evento terá lixeiras específicas para lixo seco e orgânico. O material seco, depois de passar por triagem, separação e enfardamento, será encaminhado para a reciclagem. Para reforçar essa idéia, o MDA produzirá uma cartilha de educação ambiental em papel reciclado que abordará vários pontos sobre preservação do meio ambiente e realizará oficinas interativas de reciclagem.

Fonte: MDA

NEAD, Brasil, 25-09-07

 

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