Brasil: Aracruz: denúncia do Ministério Público é "infundada", diz nota da Via Campesina

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A Via Campesina reagiu nesta quarta-feira (26) à denúncia apresentada pelo Ministério Público contra 37 militantes da entidade por causa da ocupação feita na empresa Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul, no dia 8 de março

Em nota à imprensa, a Via diz que a denúncia é “infundada” e “descabida” e teve como objetivo criminalizar os movimentos sociais com o apoio da mídia. A Via Campesina aponta o Grupo RBS como protagonista nessa questão e diz que a afiliada da Rede Globo é patrocinada pela própria Aracruz. É o que explica Flávio Vivian, da coordenação nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) – que integra a Via.

“Sistematicamente eles [Grupo RBS] têm se colocado como porta-vozes da elite gaúcha, que, por exemplo, é aliada com o latifúndio, com as grandes transnacionais que aqui vêm se instalar, que financiam boa parte da publicidade nessas empresas de comunicação”.

No protesto da Via em março, cerca de 2 mil trabalhadoras rurais ocuparam o hortoflorestal da Aracruz. A manifestação tinha como objetivo denunciar as conseqüências sociais e ambientais da monocultura do eucalipto. Mas para o dirigente do MPA, a mídia teve dois pesos e duas medidas na cobertura do protesto.

“As empresas de comunicação não mostraram o lado da Aracruz. Nunca divulgaram o que a Aracruz fez no Espírito Santo com os índios, com os quilombolas. Nem a destruição cultural e ambiental que é feita de uma forma muito mais danosa, violenta e desgraçada do que o ato que fizemos aqui no 8 de março”.

A multinacional de celulose é acusada de expulsar milhares de índios de suas terras para a expansão da empresa e de destruir boa parte da Mata Atlântica, onde 220 mil hectares foram utilizados para o plantio dos eucaliptos.

Agência Notícias do Planalto, Internet, 24-4-06

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