Brasil: procuradores chamam MP 458 de ilegal e Lula defende interesses ruralistas
O presidente Lula deve assinar a Medida Provisória (MP) 458 – apelidada de MP da grilagem – nesta quinta-feira (25). A pressão em torno da MP se deu entre os ambientalistas, que são contrários, e os ruralistas, que pedem a aprovação integral da MP
O presidente alegou que a visão das organizações ambientalistas é equivocada e não deve fazer os vetos pedidos. Em nota, procuradores do Ministério Público Federal afirmam que a Medida fere a Constituição.
Estabelecendo regras para a regularização fundiária e com relatoria da representante da bancada ruralista, a senadora Kátia Abreu (DEM), a MP 458 é vista como uma afronta à política de reforma agrária nacional, como consta na nota dos 37 procuradores. Eles ainda avaliam que, dada a ausência de texto referente a áreas de indígenas e quilombolas, a MP aumenta a chances de conflitos no campo.
Os procuradores também acreditam que a MP 458, ao abrir possibilidade de negociação das terras em um prazo de três anos, estimula o uso da terra como objeto de especulação. O prazo mínimo para negociações, previsto na Constituição, é de dez anos. Mesmo assim, o presidente Lula declarou que a MP não incentiva a grilagem em “hipótese alguma”.