Brasil: Barragem de Tucuruí. Por a libertação dos camponeses presos e seqüência nas negociações
"As populações ribeirinhas tem constituído ao longo dos anos, mecanismos justos para cobrar as promessas dessas empresas, e pautado um outro modelo de desenvolvimento para as regiões. O tratamento que se tem dado para essas questões, é a impunidade das empresas, a criminalização das organizações e lideranças..."
08 de maio, dos Rios da Amazônia Brasileira
PEDIDO DE SOLIDARIEDADE URGENTE
Em Belém, no Pará - Brasil, 18 campones@s estão presos desde o dia 26 de abril de 2009. São 16 homens e duas mulheres.
Em Tucuruí (Pará ), próximo a barragem, 200 pessoas mantém acampamento, em vigília, pedindo a libertação dos presos e seqüência nas negociações.
Este fato deve-se a luta dos moradores quefizeram uma ocupação nas obras . Há 25 anos eles sofrem as conseqüências da Barragem de Tucuruí, e até hoje reivindicam direitos e condições dignas de vida na região.
Em todo este período as grandes multinacionais são beneficiadas com subsídios no consumo da energia produzida – A ALCOA e VALE pagam em média 05 centavos o Kilowatt/hora enquanto o povo brasileiro paga em média 50 centavos pelo mesmo Kilowat/hora.
Recentemente uma Comissão Oficial constatou inúmeras violações nos direitos humanos deste povo que luta há tanto tempo.
Esta situação extraordinária, de termos que fazer todo o esforço pela libertação dos presos (que consideramos presos políticos), manter o acampamento de vigília em solidariedade e prosseguimento das negociações , é que nos obriga PEDIR AJUDA.
Além de sua manifestação política para as autoridades ( rb.vog.ap.jt@senun.olumor.sed – carta em anexo) estamos precisando de ajuda financeira para as atividades, como manter o acampamento, ajuda para as famílias dos presos, despesas dos advogados...
Se você puder nos ajudar com qualquer quantia, envie para conta.
Banco do Brasil
Agência 2883-5 Conta corrente: 14411-8
APEMA – Associação de Proteção ao Meio Ambiente
Código Swift: BRASBRRJBSA. (Agência Postalis – Setor Comercial Sul, Quadra 3, bloco A, nº 119- Edifício Postalis, Brasília-DF)
Agradecemos,
Água e energia não são mercadorias!
Daiane Hohn, Sonia Maranho, Luiz Dalla Costa.
P/ Coordenação do MAB. Brasil.
A Cáritas Brasileira (Regional Norte 2) subscreve esse apoio aos trabalhadores e trabalhadoras do Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB e pedimos a contribuição de todos e todas para essa iniciativa.
Apoio: MST, MPA, MMC, PJR, CIMI, ABEEF, FEAB, CJP, CÁRITAS BRASILEIRA, CRP, DST/AIDS, CEB’s, CONSELHO DO LAICATO NORTE 2, PASCOM NORTE2, SECRETARIADO REGIONAL CNBB, PASTORAL DO MENOR, PASTORAL FAMILIAR, CEBI, COMIRE, A SERVIÇO DA AMAZÔNIA E DO POVO INDIGENA, PASTORAL LITURGICA, ANIMAÇÃO BIBLÍCA E CATEQUETICA, COMITÊ DOROTHY, CRB
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Carta ao Tribunal de Justiça
EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ.
Sr. Des. Rômulo José Ferreira Nunes
Em referencia ao Processo : 20093004026-3,
por dependência ao Processo20093003930-7
A construção de barragens no Brasil já vem sendo implementado há muito tempo. São construídas principalmente para a geração de energia elétrica, para abastecer o consumo humano. Quando se projeta uma barragem, em que ela começa a sair do papel, as promessas de emprego, de geração de renda, de respeito ao meio ambiente, de desenvolvimento e de indenizações para as famílias que moram nas beiras dos rios, são tidas como essenciais para os empreendedores.
No Brasil, foram construídas mais de 2.000 barragens, e esse discurso do chamado desenvolvimento é visto pela população como uma grande mentira. Além do mais, as indenizações, antes prometidas, passam a ser negadas quando do fechamento dos lagos, privilegiando uma pequena parte, e muitas delas, são literalmente expulsas de suas terras, o que gera um impacto social negativo para as regiões. Prova disso, é que segundo dados, 70% das famílias já expulsas em função da construção de hidrelétricas, até hoje padecem de políticas públicas, e até mesmo, sonham com as promessas das indenizações.
Nesse sentido, as populações ribeirinhas tem constituído ao longo dos anos, mecanismos justos para cobrar as promessas dessas empresas, e pautado um outro modelo de desenvolvimento para as regiões. O tratamento que se tem dado para essas questões, é a impunidade das empresas, a criminalização das organizações e lideranças.
O fato ocorrido em Tucuruí, no último dia 26, quando a polícia militar despeja violentamente as famílias de agricultores, pescadores, do local das eclusas é uma prova disso. Quando a única forma de se pressionar a empresa Eletronorte, governos federais, estaduais e municipais é a luta do povo, para garantir os direitos negados à população, esses são criminalizados, despejados e acusados de inúmeros crimes, tais como: formação de quadrilha, esbulho possessório, sabotagem e assim por diante. Além do mais, trabalhadores e pescadores, lideranças locais, são aprisionados em presídios comuns de Belém, onde se misturam a seqüestradores, assaltantes, estupradores e assim por diante. Esse é caso desses trabalhadores que foram presos no último dia 26, na ação em Tucuruí, sendo 16 homens e 2 mulheres.
Repudiamos a ação da polícia militar, da Eletronorte, dos governos pelo descaso frente a essa ação, bem como, o tratamento a que foram submetidos esses trabalhadores.
Nesse sentido, nos voltamos a este órgão, que traduz o anseio à justiça, com a propósito de obter decisão que reverta as medidas tomadas contra os trabalhadores e trabalhadoras ora detidos e pressionar para que esses possam estar voltando às suas casas, às suas famílias, para que continuem a desempenhar suas atividades, e não, permanecer mais sequer um dia num presídio comum. Exigimos a urgência nos pedidos de Liberdade Provisória e Hábeas Corpus para esses cidadãos, que estão sendo analisados nessa casa.
Em razão de todas essas circunstâncias requeremos a Vossa Excelência que possa fazer cessar a grave violação a que se vêem sendo submetidos aos trabalhadores e trabalhadoras injustamente processados e presos.
Certos de Vosso senso de justiça, apresentamos nossos protestos de estima e consideração.
Belém, 05 de maio de 2009.
Comissão Pastoral da Terra - CPT
Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra –MST
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Conselho Indigenista Missionário - CIMI
Federação Dos Trabalhadores na Agricultura - FETAGRI
Colônia Pescadores Z32
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tucuruí
Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos – SPDDH
Comissão Justiça e Paz – CJP
Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF
Federação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – FEAB
Cáritas Brasileira – Regional Norte 2
Movimento Xingu Vivo Para Sempre