Brasil: nota da Via Campesina sobre acusações falsas da Vale do Rio Doce
A ocupação dos trilhos da Vale, no município de Resplendor, por 1.000 camponesas, nesta segunda-feira, ocorreu de forma pacífica, como forma de denunciar os impactos sociais e ambientais da construção da barragem de Aimorés, no Rio Doce, dentro da jornada de lutas das mulheres da Via Campesina, que acontece desde terça-feira da semana passada.
Em relação as acusações da empresa mineradora Vale (ex-Companhia Vale do Rio Doce), a Via Campesina vem a público esclarecer:
1. A ocupação dos trilhos da Vale, no município de Resplendor, por 1.000 camponesas, nesta segunda-feira, ocorreu de forma pacífica, como forma de denunciar os impactos sociais e ambientais da construção da barragem de Aimorés, no Rio Doce, dentro da jornada de lutas das mulheres da Via Campesina, que acontece desde terça-feira da semana passada. Concluída em 2005, pela Vale e pela CEMIG, a barragem alagou 2 mil hectares, prejudicando diretamente 2.000 famílias e, indiretamente, 100.000 famílias. Apenas 40 famílias foram reassentadas, enquanto os demais desalojados permanecem abandonados pelas empresas.
2. Ao contrário da nota divulgada pela Vale, não houve reféns no protesto, respeitando os direitos humanos dos funcionários da empresa, que puderam sair da área logo depois da ocupação dos trilhos da empresa. Jornalistas de diversos meios de comunicação circularam durante todo o dia, durante a ocupação, e são testemunhas de que nenhum trabalhador da empresas ficou detido.
3. As falsas informações divulgadas pela Vale, depois encerrada a ocupação e liberados os trilhos, pretendem evitar que a sociedade tome conhecimento das denúncias das camponesas contra a empresa. Trata-se de uma “cortina de fumaça” para esconder os impactos sociais da atuação da Vale, que busca preservar a falsa imagem de que a Vale está ao lado do povo brasileiro e trata problemas sociais como caso de polícia.
10 de março de 2008
Fuente: MST - Brasil