Brasil: vítimas da violência da soja transgênica no Paraguai na cúpula sobre a biodiversidade
Uma delegação de camponeses Paraguaios afetados pelo modelo da soja transgênica estarão presentes nas Cúpula do Protocolo de Biossegurança (MOP3) e da Convenção da Biodiversidade (COP8)
Curitiba, Brasil, de 13 a 21 de Março 2006
Este modelo não só destrói a (agro) biodiversidade através da deflorestação, senão também agride às comunidades locais e aos sistemas de agricultura camponesa e indígena.
O GRUPO de REFLEXÃO RURAL, junto às organizações GRAIN e RED POR UNA AMERICA LATINA LIBRE DE TRANSGENICOS estão coordenando uma delegação de "Vítimas dos Agronegócios"; Do Paraguai, são convidados a apresentar seus testimunhos: Sra. Petrona Villasboa, membro da organização camponesa e indígena de mujeres CONAMUR, que leva adiante a incansavel luta por conseguir justiça pelo assassinato de seu filho Silvino Talavera de 11 años por causa das pulverizações de agrotóxicos nas monoculturas de soja transgênica. O Sr. Jorge Galeano, dirigente do Movimento Agrário Popular, é vítima da repressão e expulsão provocados contra sua comunidade Tekojoja como conseqüência da expansão da soja.
Além do mais será apresentado o relatório "Paraguai Sojeiro" realizado pelo Grupo de Reflexão Rural que expõe as violações dos Dereitos Humanos e da Convenção da Biodiversidade por causa da expansão da soja no Paraguai.
As atividades organizadas são:
- Evento Paralelo dentro do MOP3: Responsabilidade Corporativa dos Cultivos Transgênicos na America Latina, Testemunhos de Vítimas dos Agronegócios. Quarta-Feira 15, ao meio dia (a confirmar).
- Painéis no Forum Alternativo: Recorrendo a agenda da Monsanto e suas conseqüências nn América Latina. Organizado pela Rede do Observatorio dos Agronegocios por uma Agricultura Humana. Segunda-feira 20, 9-13.30h
A Sra. Villasboa e o Sr. Galeano estarão disponiveis para entrevistas durante o evento desde 0 13 até o dia 21 de Março.
Contato:
Email: ra.gro.rrg@otcatnoc, moc.oohay@illurareivaj
Tel: (por confirmar)
Fotos, artígos, comunicados de imprensa e o Relatorio Paraguai Sojeiro estão acesiveis na página do Grupo de Reflexión Rural www.grr.org.ar
A expansão das monoculturas de soja está causando um onda de destruição oambiental e social em todo o MERCOSUR. A Convenção da Biodiversidade não consegue freiar as políticas de mercados acordadas dentro da Organização Munidal do Comércio (OMC). Estas políticas são a base deste desastroso deseenvolvimento. Não dão nenhuma proteção às comunidades locais e povos autóctones, que segundo a Convenção são os atores principais na salvaguarda da biodiversidade.
A situação no Paraguai é o caso mais emblemático desta violência. As monoculturas de soja cobrem 2 milhões de hectares causando uma grave crise de perda de (Agro)biodiversidade e Segurança Alimentar. O modelo agroexportador da soja implica violência para os povos autóctones e populações rurais; as comunidades estão sendo desalojadas com ajuda de policiais, jagunços e fiscais corruptos. As pulverizações intensivas de agrotóxicos afetam pessoas e animais, prejudicam suas colheitas e destroem a vida camponesa. Jorge Galeano é uma testemunha do desalojamento ocurrido em 24 de junho de 2005 na comunidade de Tekojoja onde 270 pessoas foram expulsas de suas terras, 54 casas e coselheitas foram queimadas, 130 pessoas foram detidas e 2 pessoas foram assassinadas nas mãos de um produtor de soja com apoio de policiais pagos para proceder o desalojamento. O segundo testemunho é de Petrona Villasboa, toda sua familia foi contaminada pelas pulverizações com glifosato realizadas nos campos de soja transgênica que rodeam sua casa em 2003. Seu filho Silvino Talavera de 11 anos de idade morreu por causa destes incidentes. Petrona apoiada por CONAMURI luta nos tribunais paraguaios para obter justiça e conseguir prender os produtores de soja responsáveis. Estes fatos são só uma mostra da crescente cadeia de violências sofridas pelas comunidades rurais no MERCOSUL pela SOJA.
Fonte: Grupo de Reflexión Rural