Soja na mamadeira: exposição precoce a fitoestrógenos pode levar a infertilidade

Por AS-PTA
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"No último ano foi publicado na revista científica Biology of Reproduction um estudo que usou modelos experimentais com animais para testar os efeitos da exposição a fitoestrógenos durante o desenvolvimento fetal e a fase neonatal. Os resultados sugerem que a exposição aos químicos estrogênicos no útero ou durante a infância tem o potencial de afetar a fertilidade feminina na fase adulta."

Há algumas décadas a soja vem sendo promovida como ícone da alimentação saudável e natural. Especialmente, é recomendada por médicos e nutricionistas para mulheres sofrendo os efeitos da menopausa, e também para bebês e crianças que, devido a alergias hoje estranhamente frequentes, são impedidas de se alimentar com o tradicional leite de vaca.

 

Curiosamente, poucos param para pensar: a mesma soja cujos fitoestrógenos (substâncias que no organismo humano imitam o estrogênio – hormônio feminino) são capazes de diminuir significativamente os sintomas relacionados à menopausa não poderia também provocar efeitos hormonais nos bebês e crianças que a ingerem diariamente na mamadeira?

 

Apesar de pouco divulgado, o assunto já começa a ser pesquisado. No último ano foi publicado na revista científica Biology of Reproduction um estudo que usou modelos experimentais com animais para testar os efeitos da exposição a fitoestrógenos durante o desenvolvimento fetal e a fase neonatal. Os resultados sugerem que a exposição aos químicos estrogênicos no útero ou durante a infância tem o potencial de afetar a fertilidade feminina na fase adulta.

 

Os autores revisaram estudos quantificando a exposição a fitoestrógenos em adultos humanos e crianças e discutiram os poucos estudos epidemiológicos disponíveis que avaliaram as consequências de longo prazo da exposição a fitoestrógenos durante a fase de desenvolvimento. Foram então descritos em detalhe modelos com roedores para a avaliação da exposição, durante a fase de desenvolvimento, ao fitoestrógeno mais prevalecente em produtos de soja, a genisteína, e os efeitos dessa exposição nas funções reprodutivas de fêmeas. Esses modelos usaram várias estratégias de dosagem para imitar os níveis de fitoestrógeno em populações humanas, buscando simular os efeitos das fórmulas infantis a base de soja sobre crianças.

 

Tomados em conjunto, os estudos com roedores demonstram claramente que doses ambientalmente relevantes de genisteína provocam efeitos negativos significativos na diferenciação de ovário, no ciclo estral (cio) e na fertilidade. Ao final, os autores apontam a necessidade da realização de estudos adicionais sobre a função reprodutiva em populações humanas expostas a altas doses de fitoestrógenos durante a fase de desenvolvimento.

 

Os fatos merecem, no mínimo, uma boa reflexão. E, na dúvida, nada em exagero convém – muito menos soja que, como se não bastasse, hoje contém genes estranhos e está banhada de agrotóxicos.

 

Com informações de:

 

Exposing Fetus To Plant Estrogen May Lead To Infertility In Women – MNT – Medical News Today, 04 May 2012.

 

Wendy N. Jefferson, Carmen J. Williams. Circulating levels of genistein in the neonate, apart from dose and route, predict future adverse female reproductive outcomes. Reproductive Toxicology, Volume 31, Issue 3, April 2011, Pages 272–279.

 

Fuente: AS-PTA

Temas: Agronegocio

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